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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

A intolerância religiosa contra os povos tradicionais de terreiros de matrizes africanas no Brasil

A intolerância religiosa contra os povos tradicionais de terreiros de matriz africana no Brasil é uma questão preocupante e persistente. Essas religiões, que incluem o candomblé e a umbanda, são parte da diversidade religiosa do Brasil e têm uma forte ligação com a cultura africana1. No entanto, apesar de sua rica história e contribuição para a sociedade brasileira, essas comunidades enfrentam frequentemente atos de violência e discriminação.

Um exemplo recente ocorreu em São Luís, Maranhão, onde membros do Terreiro de Mina do pai de santo, Nery da Oxum, registraram um boletim de ocorrência contra um grupo de evangélicos suspeitos de praticar intolerância religiosa2. O grupo se posicionou em frente ao terreiro com um carro de som proferindo palavras ofensivas contra os integrantes da casa2. Este é apenas um dos muitos incidentes que destacam a hostilidade enfrentada por essas comunidades.

Além disso, quase metade dos terreiros do país registrou até cinco ataques nos últimos dois anos3. Esses ataques não se limitam aos terreiros, mas também ocorrem quando uma pessoa é identificada como adepta de alguma religião de matriz africana na rua, na escola, no comércio, numa repartição pública ou até quando vai pedir ajuda numa delegacia para denunciar este tipo de preconceito3.

Esses incidentes são uma clara violação dos direitos humanos e da liberdade religiosa. É crucial que haja uma maior conscientização sobre essas questões e que sejam tomadas medidas para proteger essas comunidades e garantir que elas possam praticar suas crenças livremente. A luta contra a intolerância religiosa é uma responsabilidade coletiva e requer o compromisso de todos nós.

Jucelio Franco. 

Coordenador do Instituto Agontinmê e do Coletivo Homem, Falando de Sua Saúde. 

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Livro narra perseguição da ditadura a Tony Tornado: ‘importou o gesto-símbolo do poder negro’

Imagem Internet
Áudio da Matéria no final da Pagina.
 

O livro “Dançando na mira da ditadura: bailes soul e violência contra a população negra nos anos 1970” vai mostrar como a juventude negra foi alvo de violações durante o regime militar. A obra foi escrita por Lucas Pedretti, o historiador que encontrou o dossiê usado para prender Caetano Veloso, ponto de partida do filme “Narciso em férias”.

Entre diversos documentos e situações, Pedretti narra como Tony Tornado foi alvo do Centro de Informações do Exército durante o 5º Festival Internacional da Canção, em 1970. No documento intitulado “Flávio Cavalcanti, Tony Tornado e Danuza Leão tentam suscitar o problema da discriminação racial no Brasil”, os militares relatam que Tony importou o “gesto-símbolo do ‘poder negro’ (comunista)”.

O relatório revela que “toda máquina policial se movimentou nos bastidores do Maracanãzinho para impedir os gestos de caráter político do cantor” — ou seja, a saudação à moda dos Panteras Negras.

O livro, que será editado neste ano pelo Arquivo Nacional, também descreve como o Exército monitorou outros artistas negros.

 Fonte: Geledés

Áudio da Matéria:



Vitima de atentado a bala, líder do movimento Black Lives Matter , conhecida como a "Pantera Negra de Oxford", está em estado grave.

 
(Foto: Getty)

Áudio de Matéria no final da pagina.

Organização de Sasha Johnson, o Taking The Initiative Party, revelou que inglesa recebeu inúmeras ameaças de morte.

O partido Taking the Initiative revelou que Sasha Johnson, uma das principais ativistas do movimento Black Lives Matter no Reino Unido e que ficou conhecida como a Pantera Negra de Ofxord, está internada em estado grave na UTI depois de ser "brutalmente atacada" na madrugada de domingo. O grupo alega que o ataque, ocorrido em Southwark, no sul de Londres, ocorreu após "inúmeras ameaças de morte". 

Sasha foi baleada na cabeça na madrugada de domingo perto de uma festa em Londres, quando estava ao lado de alguns de seus apoiadores, que insistem que o atentado foi "o resultado de seu ativismo". No entanto, a Polícia Metropolitana insiste que não há nada que sugira que tenha sido um ataque direcionado ou que a vítima tenha recebido ameaças confiáveis ​​contra ela antes do tiroteio, por volta das três da manhã de ontem.

Os policiais disseram que a mulher foi levada a um hospital no sul de Londres com ferimentos fatais e abordaram testemunhas atrás de depoimentos para descobrir quem teria efetuado o disparo. Detetives do Comando de Especialistas em Crimes do Met estão conduzindo investigações no local e na área ao redor e estão abordando diferentes linhas de investigação.

Em depoimento, um representante da polícia afirmou: "Este foi um incidente chocante que deixou uma jovem com ferimentos muito graves. Nossos pensamentos estão com sua família, que está recebendo apoio neste momento terrivelmente difícil". "Se você viu algo suspeito na área da Consort Road nas primeiras horas da manhã de domingo ou se ouviu informações que desde então poderiam ajudar os detetives, é fundamental que você entre em contato", continuou o investigador. 

 Sasha, mãe de dois filhos e formada pela Oxford Brookes University, tem sido uma figura importante no movimento Black Lives Matter no Reino Unido e é membro do comitê de liderança do Taking the Initiative Party. Em comunicado oficial, a organização escreveu: "Sasha sempre lutou ativamente pelos negros e pelas injustiças que cercam a comunidade negra, além de ser membro do BLM e do Comitê de Liderança Executiva do Taking the Initiative Party. Sasha também é mãe de dois filhos e uma voz forte e poderosa para nosso povo e nossa comunidade. Vamos todos nos reunir e orar por Sasha, orar por sua recuperação e mostrar nosso apoio a sua família e entes queridos".

Fonte: Revista Monet Globo

Áudio de Matéria:


segunda-feira, 17 de maio de 2021

CAMPANHA DO GELEDÉS, INSTITUTO DA MULHER NEGRA, PROPÕE O DEBATE SOBRE RACISMO E BULLYING

 

Em conversa com o Papo de Mãe, a coordenadora do programa "Racismo e Bullying", Natália Carneiro, nos conta sobre a série no Instagram.

 A série “Racismo e Bullying: como proteger jovens negras?” surgiu de uma parceria do Geledés, Instagram e da ONG SaferNet, com ilustrações de Bruna Bandeira e direção de Day Rodrigues. O Geledés - Instituto da Mulher Negra foi criado em 30 de abril de 1988. É uma organização política de mulheres negras que tem por missão institucional a luta contra o racismo e o sexíssimo, a valorização e promoção das mulheres negras, em particular, e da comunidade negra em geral.

Lançada na última sexta-feira (07), a série tem três episódios em formato de ilustração sobre Guta, uma menina negra de 13 anos que sonha em ser cineasta. “A gente queria trabalhar com uma menina livre, que gostasse de si mesma e muito bem resolvida com as questões raciais dela, para poder passar isso para outras meninas. Que representasse todas as meninas negras dentro dessa faixa etária a partir dos 13 anos de idade”, diz Natália Carneiro, 29, coordenadora do Programa Institucional de Geledés.

O projeto teve início no final de 2019, em um longo processo para entender quais eram as necessidades da pauta dos direitos das jovens negras, tendo um enfoque na evasão escolar e no diálogo sobre o bullying. “Muitas vezes o racismo é tido como bullying, e a gente precisa diferenciar o que é racismo e o que é bullying, como afeta a criança negra de maneiras e perspectivas diferentes”, observa a coordenadora.

Segundo o Observatório da Educação, existe uma idade crítica para a evasão escolar no Brasil. No ensino fundamental, com mais ou menos 13 anos de idade, a proporção de jovens na escola chega a 97%. Essa proporção cai quando se trata de jovens de 16, 17 e 18 anos. O último levantamento feito pelo IBGE traz números alarmantes: das 50 milhões de pessoas com idades entre 14 e 29 anos, 20% delas não tinham terminado alguma etapa da educação básica.

Natália conta que apesar de recente, o projeto tem sido procurado por muitos educadores que entendem a importância do tema dentro da sala de aula: “Inicialmente achamos que o projeto ficaria somente no âmbito da internet, mas logo no lançamento do teaser (chamada), vários professores nos enviaram mensagens perguntando como aplicar aquilo em sala de aula”. A importância dessa ponte entre quem está consumindo o Instagram e a faixa etária para quem a Guta pode conversar é enorme, já que o Instagram só permite perfis a partir da idade mínima de 13 anos. 

Ao término da série, ela ficará disponível no Portal Geledés como material para quem quiser utilizar.

Ficou interessado? O primeiro episódio já está no ar, confira no Instagram do Geledés.